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Número de idosos com planos de saúde cresce acima da média em SC

Enquanto o número de usuários de planos de saúde em SC subiu apenas 1% entre março de 2016 e deste ano, o de idosos cresceu 4,6%. Neste período, mais de 4,8 mil catarinenses acima de 65 anos contrataram algum plano, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Além disso, a faixa apresentou o maior acréscimo no primeiro trimestre deste ano no Estado – últimos dados consolidados da ANS -, subiu 1,29%. No setor, a queda foi de 0,3%.

As maiores operadoras catarinenses confirmam o crescimento desta faixa etária. A Agemed – atualmente com maior número de beneficiários em SC – teve um crescimento de 52% no público com mais de 65 anos entre março de 2016 e deste ano, mas reforça que foi um avanço quase uniforme em todas as faixas etárias. As explicações, segundo a operadora, estão na oferta de serviços variados, além de características da própria população. “As pessoas estão trabalhando mais, vivendo mais e por isso tem maior preocupação em cuidar da saúde nessa fase da vida, quando naturalmente há maior demanda por cuidados médicos”, diz em nota.

Já a Unimed Grande Florianópolis apresentou um aumento de 18% nas adesões dos idosos neste ano em relação a 2016. Para o presidente da operadora, Théo Fernando Bub, uma das explicações é que a gama de serviços oferecidos e os programas que atendem a necessidade desse público.

O crescimento da participação desse grupo na saúde suplementar, entretanto, é um fenômeno nacional. Enquanto o setor teve uma queda de 2% no Brasil neste ano, os clientes acima de 65 anos estão na contramão e tiveram um aumento de 2,35%. Sandro Leal, superintendente de regulação da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), destaca que o país passa por um processo acelerado de transição demográfica, o que explica esses resultados. A entidade projeta que haverá um consumidor jovem, até 18 anos, para cada beneficiário idoso, acima de 59 anos, em 2027.

Em 2000, havia três jovens para cada idoso nos planos de saúde; em 2015, essa variação era de dois para um. Serviços como planos de saúde são cada vez mais desejados pela população, por ser garantia de atendimento e cuidado ao idoso. Vale lembrar que Pesquisa Ibope deste ano mostra que o plano de saúde é o terceiro item mais aspiração pelos brasileiros, atrás apenas de educação e casa própria, complementa Leal. Hercilio Hoepfner Júnior, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia em Santa Catarina, acrescenta que, além da mudança demográfica e de os idosos precisarem mais do serviços médicos, outros fatores impulsionam esse crescimento, como a situação da saúde pública:– Dificuldades em conseguir consultas com especialistas e realizar exames de alto custo pelo SUS; além da sensação de segurança ajudam neste cenário.

O superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), Luiz Augusto Carneiro, afirma que diante da mudança demográfica e da maior demanda, algumas operadoras de planos de saúde, têm inclusive aumentado a oferta de produtos para esta faixa da população. O especialista alerta, no entanto, que o mercado precisa priorizar algumas questões como o estimulo à promoção da saúde: — É muito importante que o mercado apoie e conscientize os beneficiários a cuidarem da sua saúde enquanto estão em idade ativa e em pleno vigor da saúde. Assim, serão idosos mais saudáveis e menos dependentes de serviços de saúde, observa.

Leal acrescenta que com o envelhecimento populacional a tendência é que as despesas com saúde fiquem mais altas, fenômeno que ocorre em todo o mundo. Isso porque se utiliza mais os planos de saúde, por exemplo, pela prevalência de doenças crônicas, levando o usuário a precisar de mais assistência médica e novas tecnologias.

Jovens têm maior queda em SC

Na outra ponta, o grupo que teve a maior queda em planos de saúde em SC é o de jovens. A faixa entre 15 e 24 anos caiu 3,47% no último ano no Estado. Para Sandro Leal, superintendente de regulação da FenaSaúde, a justificativa está na crise econômica. Ele lembra que a maioria dos contratos são por meio de planos coletivos empresariais – no Estado representam 75% dos vínculos. Ou seja, a queda do número de beneficiários mais jovens tem relação direta com a taxa de desemprego, pois, na maioria dos casos, o plano é concedido como um benefício ao colaborador: — Para que haja a recuperação do setor, é necessária a retomada das atividades econômicas, a volta das vagas formais de emprego e, consequentemente, o acesso ao plano de saúde, por parte, especialmente, da população em idade ativa, ou seja, os jovens.
(Jornal de Santa Catarina)

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