O que é a Febre Maculosa?
A febre maculosa é uma doença causada por bactérias transmitidas pela picada do carrapato infectado. No Brasil, o principal vetor da febre maculosa é o popularmente conhecido “carrapato-estrela”, suas ninfas “vermelhinhos” e suas larvas “micuins”.
Os equídeos (como os cavalos e burros), roedores (como a capivara) e marsupiais (como o gambá) têm importante participação no ciclo de transmissão da febre maculosa, pois atuam como reservatórios ou amplificadores da bactéria causadora (Rickettsia rickettsii), assim como transportadores de carrapatos potencialmente infectados.
Como é a transmissão?
A doença não é transmitida de pessoa a pessoa.
A transmissão pode ocorrer nas seguintes situações:
1 – O carrapato infectado fica aderido ao corpo da pessoa por um período de no mínimo 4 horas;
2 – Pela picada de pulga infectada;
3 – Pela penetração das bactérias em lesões de pele, através do esmagamento do carrapato.
Quais os sintomas?
Os sintomas podem aparecer entre o 2º e o 14º dia de exposição
- Febre alta.
- Dor de cabeça intensa.
- Dor muscular constante por todo o corpo.
- Mal-estar generalizado: náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal.
- – Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés.
- Manchas avermelhadas na pele (acometendo principalmente região palmar e plantar).
- Gangrena nos dedos e orelhas.
- Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando dificuldade respiratória.
Além disso, com a evolução da Febre Maculosa é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.
Qual o tratamento?
O tratamento é simples, consiste no uso de antibióticos.
Como evitar a febre maculosa?
A prevenção da febre maculosa é baseada no impedimento do contato com o carrapato. Por isso, Evite caminhar em áreas conhecidamente infestadas por carrapatos no meio rural e silvestre. Se for até esses locais, siga essas orientações:
- Usar roupas claras, para ajudar a identificar o carrapato, uma vez que ele é escuro.
- Evitar andar em locais com grama ou vegetação alta.
- Aparar o gramado o mais rente ao solo, facilitando, assim, a penetração dos raios solares.
- Usar repelentes de insetos.
- Utilizar barreiras físicas, como calças compridas com parte inferior por dentro das botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas.
- Vistoriar o corpo em busca de carrapatos frequentemente (se possível, a cada 3 horas), pois quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menores serão os riscos de contrair a doença.
Se encontrar um carrapato aderido ao corpo, remova-o com uma pinça. Não aperte ou esmague o carrapato. Use a pinça e faça movimentos com leves torções, puxando lentamente. Não esprema com unhas, não encoste cigarro ou agulhas, mas puxe com cuidado e firmeza. Isso evita que as bactérias sejam liberadas e penetrem por lesões da pele. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool 70% ou sabão e água.
- Após a utilização, coloque todas as peças de roupas em água fervente para a retirada dos insetos.
- Verificar se você e seus animais de estimação estão com carrapatos.
- Usar carrapaticidas nos animais domésticos (cão e gato) e nos animais de criação (bovinos e equinos). Obs.: Cão da cidade que vai ao campo é mais suscetível à doença – tratá-lo com produto carrapaticida quando voltar à cidade.
O diagnóstico oportuno da Febre Maculosa é muito difícil, principalmente durante os primeiros dias de doença, pois os sintomas também são parecidos com outras doenças (como leptospirose, dengue, malária, sarampo, entre outras). Ele será de acordo com a avaliação dos sintomas, investigação da história e solicitação de exames (se preciso) para confirmação.
Fique ligado!
A Febre Maculosa é uma doença que pode se agravar e levar à morte, se não for tratada precocemente. Por isso, é importante que procure por atendimento médico ao apresentar sinais e sintomas se frequentar locais com presença de carrapatos.
Desenvolvido por Carla Sousa Guedelha
Enf. da Saúde da Família – COREN/SC 524.790
Fonte:
Ministério da saúde (https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/febre-maculosa – Acesso em 21/06/2023)
Diretoria de Vigilância Epidemiológica ( https://dive.sc.gov.br/index.php/febre-maculosa-brasileira – Acesso em 21/06/2023)