A síndrome metabólica engloba um conjunto de fatores que aumentam as chances de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes e é caracterizada por um quadro de resistência à insulina, condição em que mais insulina do que o normal é necessário para regular a glicose sanguínea. Os fatores de risco são: excesso de gordura abdominal (circunferência da cintura >102 cm para homens e >88 cm para mulheres); baixos níveis de colesterol HDL (<40 mg/dL para homens e <50 mg/dL para mulheres); triglicerídeos elevados (>150 mg/dL); pressão alta (>135/85 mmHg); e glicose elevada (>110 mg/dL). A presença de três ou mais desses fatores é um indicativo de síndrome metabólica, sendo que a maioria das pessoas não apresentam sintomas, mas estão na faixa de risco para o desenvolvimento de complicações.
A manutenção de um peso saudável, a prática regular de atividade física e as mudanças no estilo de vida, como abandonar o tabagismo, evitar a ingestão de bebida alcóolica e gerenciar o estresse, são ações que exercem um impacto positivo no estado de saúde e bem-estar. A modificação dos hábitos de vida é incentivada mesmo quando ocorre o uso de medicamentos, já que essas mudanças são capazes de reduzir todos os fatores de risco metabólicos.
O cuidado com a alimentação é fundamental na prevenção e no tratamento da síndrome metabólica; ao mesmo tempo em que a perda de 5 a 10% do peso corporal traz diversos benefícios. A alimentação mediterrânea é um padrão alimentar amplamente estudado e recomendado nessa condição e consiste na ingestão predominante de cereais integrais, hortaliças, frutas frescas, frutas secas, azeite de oliva, peixes e proteínas vegetais (feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico) e baixa a moderada em produtos lácteos, carnes e doces. Pequenas ações como aumentar a ingestão de frutas e hortaliças, diminuir a frequência de frituras, incluir fibras como aveia, sementes de linhaça, chia e abóbora na rotina diária, bem como substituir temperos industrializados por temperos naturais (cheiro-verde, orégano, manjericão, cúrcuma) podem contribuir na redução desses fatores de risco.
Identificar as mudanças que precisam ser feitas no estilo de vida e colocá-las em prática gradualmente, ajustando a rotina e planejando o cuidado com a saúde no decorrer dos dias e semanas, é uma maneira eficaz de manter essas mudanças em longo prazo.
Cinthia Monteiro da Silva – Nutricionista AIS | CRN10 763
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Síndrome metabólica. Biblioteca Virtual em Saúde, out. 2017. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/sindrome-metabolica/. Acesso em: 30 out. 2021.
BRESSAN, J., & DE CARVALHO VIDIGAL, F. (2014). Dieta na abordagem terapêutica da síndrome metabólica. Revista da Associação Brasileira de Nutrição – RASBRAN, 6(1), 55–60.