Existem vários nomes para o mesmo exame preventivo do colo do útero realizado pelas mulheres, pode ser chamado apenas de preventivo, Papanicolau ou, pelos profissionais, de citologia oncótica cervicovaginal. No Brasil, esse exame é comumente realizado quando as mulheres procuram os serviços de saúde por outras razões, aproveita-se para oferecer e realizar a coleta. Entretanto, observa-se um cenário no país em que há uma discordância de fatos: parte das mulheres realizam o exame de forma excessiva e sem indicação e outras nunca realizaram o exame.
Estamos inseridos em um contexto de saúde em que muitos exames são solicitados como rotina ou “check up”, muitas vezes de forma desnecessária, sem a devida orientação do paciente sobre o papel de cada exame. Diante disso, os exames realmente importantes, como o preventivo, não são devidamente esclarecidos e informados aos pacientes. Por que a mulher deve fazer o exame preventivo? Quem deve fazer?
O exame preventivo faz parte de um grupo de exames que foram comprovadamente capazes de reduzir o número de mortes por algum tipo de câncer. É um exame capaz de detectar precocemente alterações pré-cancerígenas do colo do útero. O câncer do colo do útero é uma das neoplasias malignas mais frequentes entre as mulheres e este exame foi essencial para reduzir as mortes por essa doença. Para que seja possível reduzir cada vez mais a mortalidade, as mulheres que fazem parte do público alvo devem fazer a coleta de acordo com as recomendações.
No Brasil, recomenda-se o início da coleta aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram ou têm atividade sexual. Inicialmente deve-se realizar a coleta anualmente e, após dois resultados normais, o intervalo entre coletas passa a ser de três anos. Então, observe que a maioria das mulheres que já fizeram o exame duas vezes, podem realizar o exame a cada 3 anos. Os exames periódicos devem seguir até os 64 anos de idade e poderão ser interrompidos se houver registro de pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos.
Já realizou seu preventivo esse ano? Não deixe de procurar seu médico de referência para acompanhamento da sua saúde e juntos, traçar metas para a melhora da sua qualidade de vida!!
Felipe Mota Rezende – Médico de Família
Referência: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Faculdade de Medicina. Programa de PósGraduação em Epidemiologia. TelessaúdeRS (TelessaúdeRS-UFRGS). Telecondutas: rastreamento do câncer do colo do útero. Porto Alegre: TelessaúdeRS-UFRGS, 6 nov. 2020 [atual. 13 out. 2021]. Disponível em: https://www.ufrgs.br/telessauders/teleconsultoria/0800-644-6543/#telecondutas0800.