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Fechamento do ano

O olhar que lançamos para as circunstâncias define a história que contamos e os personagens que encarnamos. Como você contaria a história do ano de 2021? Se tivermos a coragem de fazer uma retrospectiva, encontraremos lembranças de um espaço-tempo desafiador, ameaçador, que nos obrigou a ser fortes, a nos reinventarmos, a sobrevivermos.
Enquanto o mundo cultivava a expectativa do fim da pandemia pelo Coronavírus com a virada 20/21, novas cepas surgiam mais violentamente, ceifando mais e mais vidas sem possibilidades de despedidas por parte dos familiares e amigos. Fora todos os outros problemas decorrentes de crise econômica e política acontecendo concomitantemente, gerando fome, desemprego, violência, entre outras fontes de sofrimento.
Por outro lado, e pela própria imposição do “reinventar-se”, para muitos, o ano de 2021 foi, por incrível que pareça, um tempo de prosperidade, de iniciar uma nova etapa, um novo negócio, um novo estilo de vida, uma nova família, um novo “eu”. O contexto gerou novas necessidades e, quem estava atento ao movimento, conseguiu proporcionar a si mesmo ou à sociedade soluções que rapidamente se tornaram populares e rentáveis, contando com a presença ou com a prestação do serviço sendo mediada por tecnologias das mais variadas, adaptando-se de forma inesperada.
Ao olhar para trás, como você se vê neste ano de 2021? Como o sobrevivente da guerra? Como o herói do contexto? Como uma vítima de um sistema opressor? Como a cobaia das vacinas? Qual personagem é você nessa história? A forma como nos situamos na história revela o que de fato cremos sobre nós mesmos e sobre o mundo. Denuncia nosso padrão de pensamento, transparece a ótica com a qual lançamos nosso olhar ao redor. A forma como você costuma responder à pergunta “quem sou eu?” certamente influenciará na resposta à primeira pergunta deste parágrafo. O que este ano nos mostrou é que aquilo que acreditamos sobre nós mesmos não é imutável, pode ser editado a qualquer momento à medida que temos uma alteração no cenário.
Quem você precisou ser neste ano de 2021, que não acreditava que conseguiria ser nos anos anteriores? Talvez você se descobriu mais forte do que realmente achou que era; talvez descobriu que a vida é mais frágil do que você imaginava; quem sabe você teve um bom encontro com a sua criatividade, sua resiliência, sua flexibilidade. Pode ser que você tenha visitado o pior lado de você mesmo… Não importa! O que importa é que aquilo que pensamos ser não é uma condenação. Sempre pode ser ressignificado, adaptado, reinventado. E isso é uma boa notícia principalmente para lembrarmos naqueles momentos em que vivemos a dor. Se entendemos que tudo é impermanente, se percebemos que até as fases boas passam, concluímos então que as fases ruins também hão de passar. E como passaremos por elas? A resposta está no personagem que você escolher ser.
Independente do contexto, quem será você em 2022?

Por Débora Almeida –  Psicóloga AIS – CRP 12/18.023

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