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Percepção do tempo

Você tem a sensação de que o tempo está passando mais rápido? E como é a sua rotina? Mais calma, mais agitada? Dependendo do ritmo que você estabelece, tem a sensação de que a percepção do tempo muda?

A percepção da passagem do tempo é bastante particular. Pergunte a um profissional extremamente ocupado como passou a semana, depois experimente fazer a mesma pergunta a uma pessoa doente, internada há tempos num hospital. Para o primeiro, certamente a resposta será algo em torno de “faltaram horas nos meus dias, a semana passou muito rápido”. Para o convalescente, provavelmente sobraram horas, pois na maioria das vezes não há o que fazer a não ser esperar. Esperar o médico passar, esperar o remédio fazer efeito, esperar o corpo recuperar, esperar a visita da família que muitas vezes está correndo contra o tempo e não consegue chegar.

Essa relatividade do tempo também é evidenciada de acordo com nossa idade. Para um adulto com 40 anos de idade, um ano será mais um ano dentre tantos que ele já viveu e viverá, mas para uma criança de 2 anos, 1 ano representa metade da sua vida. Quanto mais anos temos, mais rápido um ano parece passar.

Passando de forma lenta ou acelerada, é importante nos perguntarmos: O que estamos fazendo com o tempo que dispomos? Estamos investindo nossos esforços no nosso crescimento, dispondo de tempo de qualidade com quem amamos ou estamos gastando tempo com elementos distrativos e que nos afastam do nosso propósito?

Sabemos que o apelo da mídia é enorme. Dados publicados recentemente indicam que o brasileiro é o segundo maior consumidor de conteúdos em redes sociais do mundo, perdendo apenas para as Filipinas. Ou seja, somos o segundo país do mundo a mais gastar tempo on-line. Já é sabido que o uso desenfreado da internet pode causar uma série de desordens, desde dificuldades em gerenciamento de tarefas até casos mais graves como a síndrome de FOMO (iniciais do termo “fear of missing out”, que numa tradução livre significa “medo de ficar de fora”). São situações que proporcionam ao indivíduo experimentar em menor ou maior nível sintomas como ansiedade, perda do senso de prioridade, atenção difusa, perda de memória, dificuldade de concentração, entre outros.

Levando em consideração que o tempo é um elemento unidirecional, ou seja, não é possível retrocedê-lo, é preciso ter sabedoria para escolher em quais atividades iremos empregá-lo. A melhor alternativa sempre será a busca pelo equilíbrio – gerenciamento do estresse para conseguir empregar um tempo de qualidade no trabalho, que permita um rendimento suficiente para que sobre tempo para práticas de autocuidado, de presença com a família, de planejamento do futuro, entre outras atividades importantes. A definição de prioridade também é fundamental para um bom gerenciamento do tempo, ter clareza da urgência de cada tarefa nos ajuda a organizar melhor a rotina.

Por fim, buscar estar presente em cada atividade, exercitando o “aqui e agora” diminui o nível da distração e a sensação de que tudo está passando muito rápido. Treine sua mente para se conectar com cada ação do seu dia. Quando a mente divagar, retorne ao presente assim que perceber. A vida é rara, e o tempo é caro. Use-o com sabedoria!

Débora Almeida – Psicóloga – CRP 12/18.023

Referências: Pesquisa de mercado Kantar 2020, pesquisa TIC Domicílios 2015.

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