Já reconhecemos há muito tempo a importância de uma boa alimentação para a prevenção e o tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, como as do coração, diabetes e problemas gastrintestinais. Pouco é falada a ideia de que a boa alimentação é fundamental para a saúde mental minimizando, por exemplo, o risco de desenvolvimento do já conhecido Alzheimer…
Ainda hoje é difícil definir com precisão o que causa o mal de Alzheimer, mas sabe-se que há fatores que influenciam no surgimento e agravamento da doença. Acredita-se que ocorra um balanço entre a herança genética e alguns riscos ligados ao comportamento alimentar, sedentarismo, colesterol elevado, além do próprio processo de envelhecimento.
Segundo Bigueti, De Lellis e Dias, a alimentação saudável tem sido bastante relacionada com a prevenção da Doença de Alzheimer e os estudos têm mostrado papel importante de nutrientes como vitaminas E, C, D e complexo B, ômega 3, selênio, zinco, fibras e ferro na redução do risco de demência causada pelo Alzheimer.
Ainda segundo os mesmos autores, pode-se dizer que muitos nutrientes teriam o potencial de contribuir para a redução da incidência da Doença de Alzheimer, embora os resultados de alguns estudos ainda sejam controversos. Porém, vale lembrar que este consumo deverá acontecer ao longo da vida e deve estar associado à alimentação saudável.
Portanto, lhe convido a pensar nos seguintes passos:
- Garantir 4 a 6 refeições diárias, com maiores quantidades de alimentos nas refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) e uma menor proporção nos lanches intermediários.
- Incluir alimentos fontes de carboidratos (pães, arroz, batata, cereais etc.), proteínas (leite, queijo, carnes bovinas magras, aves e peixes), vitaminas e minerais (frutas, hortaliças folhosas e não folhosas) e gorduras de boa qualidade (manteigas e óleos vegetais), diariamente.
- Além disso, procurar manter sempre um alimento de cada grupo em todas as refeições de modo a garantir uma alimentação variada.
E claro, “sem neuras”, pois estar em paz com a comida, ou seja, ter uma boa relação com ela, é tão importante para a nossa saúde mental quanto o que comemos. Lembre-se: não se trata só do nutriente – o comportamento alimentar é muito importante e precisa ser considerado.
Débora Florêncio – Nutricionista de APS – CRN – 22261
Referência:
BIGUETI, B.C.P.; DE LELLIS, J.Z.; DIAS, J.C.R. Nutrientes essenciais na prevenção da doença de Alzheimer. Revista Ciências Nutricionais Online, v. 2, n. 2, p18-25, 2018.